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A ‘Ditadura da Beleza’ e seus impactos na saúde

Lucimar Regina de Oliveira Fonseca – Superintendente-executiva do Hospital Arnaldo Gavazza
 
 
Desde a antiguidade grega, padrões de beleza são cultuados na sociedade. Entretanto, na época, as mulheres ainda possuíam menos representatividade que nos dias atuais, portanto o ideário da beleza feminina foi cultivado pelos homens. Já em relação a eles, o conceito de “belo” estava ligado aos bens e à sabedoria, evidenciando o patriarcalismo em vigor. 
 
Atualmente, a perpetuação de um padrão estético de beleza, imposto pela mídia, tornou-se uma ameaça à saúde do indivíduo, visto que, para alcançar o tão sonhado “corpo perfeito”, ditado pela indústria da moda e farmacêutica, as pessoas se expõem a métodos que muitas vezes são prejudiciais à saúde física e mental.
 
A “Ditadura da Beleza” é notavelmente mais cruel com a mulher, visto que, logo na infância, as meninas são influenciadas a seguir um arquétipo fortemente relacionado a magreza, cabelos lisos e compridos, harmonia e proporcionalidade no rosto. Esse padrão é incitado constantemente em filmes e desenhos infantis, visíveis por meio de personagens como a Barbie e as princesas da Disney. 
 
As redes sociais apresentam uma infinidade de influencers digitais que exibem uma pele impecável, corpos e cabelos “perfeitos”, definidos pela indústria da beleza, levando muitas jovens à escravidão dos padrões de beleza, o que vem causando uma grande mudança na forma de pensar das pessoas, fazendo com que muitas mulheres queiram de qualquer forma se encaixar nos padrões utópicos de beleza impostos pela mídia. 
 
É nessa busca incansável que começam a fazer dietas malucas, exercícios físicos em excesso, realizar procedimentos estéticos e cirurgias, muitas vezes em clínicas não especializadas, que são ofertados por alguns profissionais sem capacidade técnica e formação adequada, colocando em risco a própria saúde, uma vez que as consequências prejudiciais ao funcionamento do organismo são perceptíveis a médio e longo prazo.
 
É importante que as pessoas se conscientizem de que cada um tem sua beleza própria, que o que realmente importa é sua beleza interior, sua capacidade profissional, seus valores e a forma como se percebe no mundo à sua volta.
 
Diante dessa realidade, os Ministérios da Educação e da Saúde deveriam investir em campanhas de conscientização sobre o assunto, além de uma ação do Governo Federal impondo limites e punições a publicidades prejudiciais à saúde.
 
Ademais, fazem-se necessários o investimento em palestras nas escolas, com certa frequência, e distribuição de materiais didáticos, pois, segundo Immanuel Kant, “o ser humano é aquilo que a educação faz dele”.
 
Texto publicado nesta FOLHA na edição – de 11/3 – alusiva ao Dia Internacional da Mulher.
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